quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Crescimento em plena crise

Apesar dos problemas econômicos e da escassez de investimentos alardeados nos últimos meses, como consequência da maior crise econômico-financeira dos últimos 60 anos, o desenvolvimento de algumas das tecnologias verdes cresce impulsionado, justamente, pelas dificuldades financeiras enfrentadas por alguns nichos de empresas em todo o mundo.

Um destes setores é o da Tecnologia da Informação (TI), em que, apesar de ser uma indústria extremamente moderna no uso da tecnologia em si, é ainda bastante atrasada no que tange à economia de baixo carbono. Esta é uma área onde ainda se consome e se esbanja muita energia, plástico e papel.

E, justamente por enfrentarem grande dificuldade financeira, existe hoje, sobre os centros de processamento de dados das grandes empresas, uma pressão muito grande para que reduzam seu consumo de energia e recursos, diminuindo, por consequência, suas emissões de carbono.

Que vantagem existe em investir recursos numa área como esta, dentro de uma grande corporação que enfrenta dificuldades para manter-se em pé? Estes investimentos economizam dinheiro, reduzem seus custos operacionais e, por consequencia, aumentam o lucro das empresas.

Ouça o artigo de Sérgio Abranches em.... CBN Ecopolítica

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Fotossíntese sintética

Muitas discussões têm sido travadas sobre "se" e "quando" nosso desenvolvimento tecnológico será capaz de construir reais soluções para os problemas causados pelo desequilíbrio que nossa presença neste planeta criou, o tal "Aquecimento Global".

As notícias de veículos movidos a eletricidade e, até mesmo, a ar, sistemas de aquecimento solar de altíssima eficiência, fazendas de energia eólica e de uso das ondas como fonte mecânica de produção de eletricidade não são, exatamente, tão raras quanto eram há alguns anos.

Há mais de um ano, uma destas "novas" tecnologias foi anunciada com grande fervor em toda a mídia mundial. A célula solar orgânica, produzida a partir de um corante que imita os efeitos da clorofila, é tida como potencial substituta das atuais células fotovoltaicas. Suas vantagens estão no custo de produção incrivelmente menor e na capacidade de produção de energia elétrica muito maior que a de sua antecessora.

Mas qual será o motivo de uma distância tão grande entre a criação destas tecnologias nos laboratórios e sua aplicação prática? As respostas: vontade política e interesses econômicos.

A primeira nós só conseguiremos controlar quando, finalmente, soubermos utilizar a grande arma de uma comunidade civilizada num estado democrático de direito: o voto. Quanto ao interesse econômico... Este ainda está muito longe de ser controlado.

Enquanto nós, simples cidadãos, não nos conscientizarmos de nosso real poder como mola mestra dos sistemas econômicos mundiais, enquanto não pudermos conhecer nossa verdadeira capacidade em direcionar os poderosos conglomerados econômicos a tomar os caminhos que desejamos para nossa sociedade, dificilmente estas "novas" tecnologias terão aplicação prática.

Grande prova disto está no fato de que a energia solar para o aquecimento de água para o banho já é difundida há dezenas, senão centenas de anos. Inúmeras soluções para seu uso são alardeadas na televisão, na Internet, em revistas e magazines e até mesmo em panfletos distribuídos nos faróis das grande cidades.

No entanto, ao avaliar os motivos da baixa utilização desta forma de energia em nosso país, esbarramos com a informação de que o "alto custo de implantação dos equipamentos" afeta sua difusão entre a população.

Obviamente, o tal "alto custo" não deve estar relacionado aos equipamentos altamente eficientes construídos com garrafas pet e embalagens tetra-pack vazias ou àqueles que se utilizam de forros de PVC como placas captadoras.

Através de um ardiloso processo de marketing, nós, os consumidores, somos levados a crer que as soluções ambientais tendem a ser, necessariamente, caras e de difícil produção. Não é raro que se encontrem consumidores que compram camisetas de PET reciclado por valores exorbitantes, apenas porque a etiqueta "fala" que são recicladas, sem se darem conta de que muitas lojas famosas pelo preço popular vendem exatamente o mesmo produto, justamente por possuir baixo custo de produção.

Com as tecnologias energéticas ocorre exatamente o mesmo. Desde 1984, a célula combustível a hidrogênio é utilizada na confecção de acionamentos elétricos auxiliares para montagem em bicicletas. Hoje um fabricante nacional produz pequenas motonetas elétricas que custam cerca de R$ 3.500,00, rivalizam em elegância com os scooters a gasolina e gastam cerca de R$ 0,50 a cada "tanque cheio".

Seja crítico em suas escolhas e ajude a consumir um mundo melhor.